Não sei se aprendi a te dizer não
mas sofro ao tentar te esquecer, ou simplesmente deixa-lo ir.
Meu mundo se confunde com o de um passarinho..
que se vê livre na imensidão que é o céu
mas ao se dar conta do gavião, percebe o quanto é limitado
e triste, e isolado, e sozinho
se vê ali, pequenininho
Meu coração está assim, tão apertado e choroso.
As marcas que deixaram nele não cessarão nem tão cedo.
Um coração impotente que bate apenas por bater
Uma vida..que deixaram morrer..
Minha vida!! e cadê você?
Que se dizia tão importante, e louco para se fazer nela.
É amor , cadê você?
Onde posso procurar um sentimento há tanto, magoado,
como posso te achar e me ver feliz
e não ver o mal que me fez, ou me faz, e refaz
só de me fazer pensar!
Vai, some, e devolve minha paz!
Sou ave de rapina; urubu metido a gavião?
ResponderExcluirNão tão selvagem, vivendo à margem da cidade, roubando o que noutra vida tiraram de mim.
Eu nasci com asas grandes e tortas e garras afiadas; o meu bico é como navalha.
Sozinho, invejava os passarinhos, que voam em bando, e os olhava, distante, do alto, mal compreendendo a felicidade deles, não compreendendo a beleza que explode em cores e plumas e o canto que dava uma coisa no coração e mexia com o instinto.
O silêncio dói.
Você, em toda sua sabedoria e sensibilidade de passarinha, me viu atrás dos meus olhos, cantou para mim e não teve medo de mim.
O seu silêncio dói na alma! Como eu não sabia?
Amestrado eu fui por você, meu amor, e repousava em seus braços arranhados.
Descansando, minhas garras lhe cravaram e cortaram seus pulsos; o cheiro de sangue despertou meu desejo predador. Eu voei em busca da caça e o branco foi manchado de vermelho...
O bicho morto, deixei em seus pés, feliz por pensar agradar-lhe. -Ou feliz por agradar meu instinto?
Você ficou triste porque o esquartejei em praça pública, em meio de outros pombos dissimulados, desnecessariamente, pois você me dava pão-de-ló no bico...
Você se deu conta que eu passarinho tento ser, mas gavião eu nasci.
Prenda-me numa gaiola, corte minhas unhas, diga-me quando voar.
Eu não suporto ouvir seu canto triste que já não há.
Não me perdôo por ter estrangulado seu coração e agora ele mal bate, fraco e descompaçado.
Quero serrar meu bico voraz, quero arrancar minhas unhas a sangue frio e furar meus olhos inúteis se lhes trouxessem de volta. Não furo os ouvidos, pois queria ouvir você, passarinha, me acordar desse pesadelo com seu canto feliz.
Queria ter a certeza que haverá um novo dia e tatuar nossa história sobre as cicatrizes que deixei em seu corpo...
Depenaria meu corpo para lhe fazer um lindo cocar e coroar-lhe rainha, soberana sobre mim. Você reina meu coração, mas este foi pequeno para conter-lhe, foi frio, escuro e áspero.
Mas o monarca é escolhido por Deus e a reforma dos átrios já começou. Tudo será reconstruído da planta, conforme seu consentimento, na cor que você escolher.
Você é a andorinha que me traz verão, o galo que tece minhas manhãs, o beija-flor em minha janela.
Não quero engaiolar você, mas queria ter a certeza que visitará minha janela de novo e de novo e te preservar no meu quarto.
Minha pequena passarinha, voe, alto, acima das nuvens e acima do sol, mas não perca o caminho de volta para minha janela... E se possível, me leva junto com você para uma estrela qualquer?
Eu te amo! Muito muito muito muito muito...
Adorei o blog. Você tem um potencial enorme! beijos e sucesso! by miguelez
ResponderExcluir