quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Não sou mais passarinho,
aquele que se perde em meio a folhagens,
não sou mais passarinho,
aquele que voa livre e sozinho,
não sou mais passarinho,
cantando feliz e contente,
não sou passarinho,
sou branco..
sou o fim..
sou sentimentos errantes,
adormecidos,
sou o despertar da intensidade..
Não sou mais passarinho,
já que agora em gaiola estou,
sou objeto,
sou o desejo do outro.
Não sou!
Sou grãos de girassol, sou um piar pela manhã..
sou canto de passarinho, que passarinho não é.
Sou o passar, a passagem,
passo.. e em passos me vou, ou vôo..
Sou, lá do céu, um bater de asas..
um cair de penas..
não sou..
sou objeto seu..
E você, quem é?
Como pôde me prender?
tu, não mais gavião, diria talvez, uma fênix, 
ou qualquer semelhança..
me enche de esperança, 
e das cinzas retorna.
Enquanto eu, passarinho,
me faço sozinho,
piando de angústia,
precisando voar..

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